quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

branco/preto



O ser humano é (psicologicamente) colorido.

Explico. Com o auxílio de uma escrita figurativa; um sentido simbólico.

Adote a premissa de que uma matéria (ou um conteúdo) 'virgem' seja albina, visto que o branco é tido como 'ausência de coloração'.

Por outro lado, tem-se a segunda premissa, no sentido de que a totalidade das cores resulta no preto. Basta que se aplique ao corpo uma quantidade variada de cores, em sobreposição.

Assim, temos que branco é 'acolor'; preto é onicolor.

Desconsidere o fator iluminação. Eis que a luz é a permissora da impressão.

Estranho ou não: vejamos.

Parece-me que a psique humana é um conteúdo constantemente pincelado pelas cores que nos impressionam. Ou, melhor: pelos acontecimentos ao nosso redor. Ou, ainda: pelos experimentos.

Pode-se acreditar que o ser humano é apto a determinar, de maneira absoluta, a intensidade da impressão dos experimentos. Contudo, tal crença é somente aplicável em sua fase amadurecida, e no geral de modo relativo; fase que, diga-se de passagem, nem todos alcançarão.

Logo, o indeterminável impressionismo da infância é, sem dúvida, crucial nesse cenário todo. Será preponderante (influenciador) no decorrer das demais impressões.

Voltando às cores: notamos indiferença subjetiva em um conteúdo branco ou preto. Tais conteúdos, cada um à sua maneira, estão plenos: um está vazio - podendo unir todas as diferentes cores; o outro está cheio - em que todas as cores são unas.

Neste ponto, é possível fazer menção aos processos inacabados: aos que não são nem branco nem preto; nem vazio nem cheio. Em tais conteúdos é simultaneamente perceptível mais de uma coloração: aqui tem-se a diferenciação. Um espaço dividido por duas cores igualmente observáveis.

Os fatores capazes de interromper esse processo são inúmeros. Este não é o tema destas linhas. Todavia, sugiro, como fonte de inspiração a devaneios intermináveis do leitor, que a manipulação da mente humana ocorra com tal interrupção processual; em outras palavras: guiar a psique humana é limitá-la a uma ou poucas cores, alimentá-la com 'meias-verdades'; ou melhor: é fazer com que a psique valore uma cor por um motivo cego, fixo - que prescinda de esforço (amotivacional).

O tema limita-se à citada indiferença (indivisão) causada pela plenitude, em qualquer de seus modelos (vazio ou cheio / preto ou branco).

O ser humano cuja psique esteja 'virgem', assim como aquele de psique 'onicolorida' (que reune todas as diferenças em um mesmo nível ou em uma mesma escala de valor, tornando-as, então, indiferentes entre si), tem uma curiosidade infindável ao olhar para si, subjetivamente; para sua própria matéria interior. Ele não sabe, e talvez nunca saiba, se está cheio ou se está vazio.

Agora: aproximo.

Por obviedade, essas linhas são inspiradas em minha própria consciência. E, diante desse vai-e-vém infinito: prefiro acreditar que sou dois, como duas folhas de papel sobrepostas, sendo que aquela cheia está sob a vazia: preta e branca, mas a branca sobreposta à preta; que estou cheio e, ao mesmo tempo, vazio, de modo que aquilo que já foi vivido não seja impedido de ser vivenciado novamente.

Considero que essa situação me possibilite enxergar cores enquanto houver esforço para mante-las sobrepostas sobre as demais (todas incluídas no preto). Isto é: a cor a preencher o vazio deve ser sempre renovada para que esteja visível, ou o citado vai-e-vém dará conta de esvaziar.

Sinto, então, que é necessário um coração pulsando incansavelmente dentro da cor que quiser manter-se por cima, ser a cor preenchedora do vazio.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

forma do amor


vida,

eu quero escrever,
essa carta de amor,
em ritmo de felicidade,
portanto, você sentirá,
onde estiver,
o ar chegar temperado
com o cheiro
do nosso amor,
nem jasmins nem rosas,
simplesmente:
infinito
amor.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Que tal uma sensação agradável?

Petulância.
Isto causa uma sensação agradável.
Guia-nos a um estado de imprevisibilidade. Excelente! Que delícia!
É o poder do "momento" que em algumas ocasiões nos damos ao trabalho de "expressar". Coisa rara!!

Hoje me sinto à vontade. Então:


"Eu pensei"

Em flores,
em habitar,
algum lugar,
seu coração.

Na primavera,
me leva,
agora,
para sempre.

Na matemática,
felicidade,
prazer,
paixão.

Em abraçar,
calor,
carícias,
muita emoção.

No amor,
você,
você,
você!

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Incógnita


Eu poderia ter tido qualquer reação.
Não tive.
Optei (ou fui levado) pelo silêncio.
Mas, incrivelmente, todos os caminhos levavam a você.
O que é isso?
Será denominado de quê?
Paixão?
Amor?
Não sei...
Talvez. Talvez eu me sinta desencorajado.
Não sei!
Qualquer dos rumos era inesperado!
Imprevisível!
Temor...
Seja o temor a causa da distinção.
Sinto-me levado pela coragem...
Então:
Quero você.
Agora, e por todo o sempre. Linda!

Beijo!!!

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Sobre o espontâneo

Espiritualidade é um termo específico que, na verdade, significa: lidar com a intuição.
Na tradição teísta, há a noção de apego a um conceito. Certo ato é considerado como não aceitável para um princípio divino. Certo ato é considerado aceitável para o divino: qualquer coisa.
Na tradição do não-teísmo, no entanto, é bastante franco que os casos da história não são particularmente importantes. O que é realmente importante é o aqui e o agora. O agora é definitivamente agora. Nós tentamos viver o que está disponível ali no momento.
Não faz sentido pensar que existe um passado que poderíamos ter agora.
Isso é o agora. Este precioso momento. Nada místico, apenas "agora", muito simples, direto.
E desse "agora", contudo, emerge sempre um sentido de inteligência de que estamos constantemente em interação com a realidade. Um por um. Lugar por lugar. Constantemente.
Nós na realidade vivemos uma fantástica precisão, constantemente. Mas nós sentimo-nos ameaçados pelo "agora" e saltamos para o passado ou o futuro.
Prestando atenção aos bens materiais que existem na nossa vida, esta vida rica que nós levamos, todas as escolhas tomam lugar a todo o momento, mas nenhuma delas é considerada boa ou má, pois, se todas as coisas que vivemos são experiências incondicionais, elas não vêm com uma etiqueta dizendo "isto é considerado mau" ou "isto é bom".
Mas nós vivemo-las, mas não tomamos a devida atenção a elas. Nós não damos conta que vamos a algum lado. Nós consideramos isso um incômodo.
Esperar pela morte. Isso é um problema.
É o não confiar propriamente no "agora"; que aquilo que vivemos agora possui muitas coisas poderosas. É tão poderoso que nós somos incapazes de enfrentá-lo. Conseqüentemente, temos que emprestar do passado e convidar o futuro a todo o momento. E talvez seja por isso que procuramos a religião. Talvez seja por isso que andamos na rua. Talvez seja por isso que nos queixamos à sociedade. Talvez seja por isso que votamos nos presidentes.
É bastante irônico... Na verdade muito engraçado...

por Chagdud Tulku Rinpoche

(retirado do documentário Zeitgeist - O espírito do tempo)

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Talvez nosso senso de responsabilidade breque-nos a espontaneidade, sendo que a espontaneidade nada mais é do que a liberdade de “ser e viver” intuitivo, de agir conforme o que se nos coloca sem duvidar: que é o que acaba acontecendo no plano real. Então, sempre derrotado, o ávido senso de responsabilidade inverte o ônus ao subjugar os fatos realmente ocorridos como se antes de ocorrerem tivéssemos informações que nos levariam ao outro suposto caminho, ou seja, esse tal senso de responsabilidade sempre está no lado da suposição, eis que o lado da realidade é experimentado por nós a todo instante.
Não nos cabe duvidar, porque a dúvida (não) nos afasta do caminho.


Então, sem dúvidas, abraços e beijos. \o_


domingo, 28 de setembro de 2008

Se a opção é rir, a palavra é dele:


Seu criador, Matt Groening, recentemente foi considerado o quarto maior gênio vivo da humanidade; em um rol que contava, no "top-10", com Nelson Mandela (quinto) e Oscar Niemeyer (nono).

Seu espírito: preguiçoso, estabanado, esquecido; resumindo, mau exemplo!

Seu endereço: Springfield.

Seu nome: Homer Simpson.

Então, brindando ao nosso simpático "poeta das trevas", apresenta-se uma coletânea de seus pensamentos, os quais desenham sua iluminada mentalidade. Eis alguns:

"Álcool... A causa e solução de todos os problemas."

"A culpa é minha, e eu coloco ela em quem eu quiser."

"Por que as coisas que acontecem com gente burra ficam acontecendo comigo?"

"É melhor ver coisas do que fazer coisas."

"Você pode ter todo o dinheiro do mundo, mas há algo que jamais poderá comprar: um dinossauro."

"Crianças, vocês tentaram e falharam miseravelmente. A lição que vocês podem tirar disso é: não tentem jamais."

"Oh, grande mar fornecedor de peixes, banheiro do mundo! Os gregos o chamam de Poseidon, os romanos de Aquaman. Olhe no seu coração de estrela-do-mar e nos salve para que possamos surfar em ti de novo!"

Muito! Muito hilário, não?!

Uma divertida semana a todos..

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Fogo e gelo. Gelo e fogo.

Onde o Fogo predominou, a vida se tornou árida.
Onde o Gelo prevaleceu, a vida se tornou árida.

O Sol doa sua energia com a condição de que seja utilizada.
A Lua dá sua orientação e exige que não se duvide.

O apego ao Sol reduz o ser ao pó.
O amor à Lua torna inflexível o ser.

Logo, mantém-se PLENO quem atende a ambos; ainda que a margem de atenção seja suavemente variável para qualquer dos astros - a qualquer momento, constantemente: assim, a vida dentro dessa 'margem mediana' com tendência ao Sol é o AR, em seu estado não rarefeito (não absolutamente dilatado); e a vida dentro dessa 'margem virtuosa' com inclinação à Lua é a ÁGUA, em seu estado líquido (não absolutamente enrijecido).

É a constante alternância que a tudo leva.

E lembre-se: o indicativo da maré das águas é a Lua; o das estações do ano, o Sol.

Afinal, como já fixava Aristóteles: a virtude está no meio (virtus in medium est), e o vício se dá na falta ou no excesso.

Então, que tenhamos ótimos dias ensolarados e excelentes noites enluaradas.
Saudações e coragem a todos!