terça-feira, 28 de outubro de 2008

Incógnita


Eu poderia ter tido qualquer reação.
Não tive.
Optei (ou fui levado) pelo silêncio.
Mas, incrivelmente, todos os caminhos levavam a você.
O que é isso?
Será denominado de quê?
Paixão?
Amor?
Não sei...
Talvez. Talvez eu me sinta desencorajado.
Não sei!
Qualquer dos rumos era inesperado!
Imprevisível!
Temor...
Seja o temor a causa da distinção.
Sinto-me levado pela coragem...
Então:
Quero você.
Agora, e por todo o sempre. Linda!

Beijo!!!

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Sobre o espontâneo

Espiritualidade é um termo específico que, na verdade, significa: lidar com a intuição.
Na tradição teísta, há a noção de apego a um conceito. Certo ato é considerado como não aceitável para um princípio divino. Certo ato é considerado aceitável para o divino: qualquer coisa.
Na tradição do não-teísmo, no entanto, é bastante franco que os casos da história não são particularmente importantes. O que é realmente importante é o aqui e o agora. O agora é definitivamente agora. Nós tentamos viver o que está disponível ali no momento.
Não faz sentido pensar que existe um passado que poderíamos ter agora.
Isso é o agora. Este precioso momento. Nada místico, apenas "agora", muito simples, direto.
E desse "agora", contudo, emerge sempre um sentido de inteligência de que estamos constantemente em interação com a realidade. Um por um. Lugar por lugar. Constantemente.
Nós na realidade vivemos uma fantástica precisão, constantemente. Mas nós sentimo-nos ameaçados pelo "agora" e saltamos para o passado ou o futuro.
Prestando atenção aos bens materiais que existem na nossa vida, esta vida rica que nós levamos, todas as escolhas tomam lugar a todo o momento, mas nenhuma delas é considerada boa ou má, pois, se todas as coisas que vivemos são experiências incondicionais, elas não vêm com uma etiqueta dizendo "isto é considerado mau" ou "isto é bom".
Mas nós vivemo-las, mas não tomamos a devida atenção a elas. Nós não damos conta que vamos a algum lado. Nós consideramos isso um incômodo.
Esperar pela morte. Isso é um problema.
É o não confiar propriamente no "agora"; que aquilo que vivemos agora possui muitas coisas poderosas. É tão poderoso que nós somos incapazes de enfrentá-lo. Conseqüentemente, temos que emprestar do passado e convidar o futuro a todo o momento. E talvez seja por isso que procuramos a religião. Talvez seja por isso que andamos na rua. Talvez seja por isso que nos queixamos à sociedade. Talvez seja por isso que votamos nos presidentes.
É bastante irônico... Na verdade muito engraçado...

por Chagdud Tulku Rinpoche

(retirado do documentário Zeitgeist - O espírito do tempo)

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Talvez nosso senso de responsabilidade breque-nos a espontaneidade, sendo que a espontaneidade nada mais é do que a liberdade de “ser e viver” intuitivo, de agir conforme o que se nos coloca sem duvidar: que é o que acaba acontecendo no plano real. Então, sempre derrotado, o ávido senso de responsabilidade inverte o ônus ao subjugar os fatos realmente ocorridos como se antes de ocorrerem tivéssemos informações que nos levariam ao outro suposto caminho, ou seja, esse tal senso de responsabilidade sempre está no lado da suposição, eis que o lado da realidade é experimentado por nós a todo instante.
Não nos cabe duvidar, porque a dúvida (não) nos afasta do caminho.


Então, sem dúvidas, abraços e beijos. \o_